Vocês já pararam pra se ouvir? Sua companhia tem valido a pena? Tem espaço pra algo novo na sua rotina?
Você que já está aqui há algum tempo ou que está chegando, temos aqui o Divã do Estilo, onde sempre trago a história de alguém e que chegou até de mim de alguma forma. Mas, hoje resolvi trazer uma experiência bem minha, que talvez possa ajudar alguém que passou e tem algo para compartilhar, ou está passando por um processo parecido.
Exatamente no dia 03 de janeiro de 2017, publiquei aqui um post sobre fazer a vida valer a pena, inspirado na música trem bala da Ana Vilela. Quis deixar um registro para lembrar dessas coisas simples do dia-a-dia, mas que deixamos de lado e nem nos atentamos com as pequenas emoções, pequenas conexões, e também sobre o processo único de autoconhecimento e também sobre a responsabilidade com nossos projetos pessoais.
Confesso que eu ando deixando de lado alguns dos meus projetos, e um deles é este – de escrever com frequência no blog – que está em segundo plano. Em 2017 foram vários posts e assuntos, em 2018 nem tanto, 2019 menos ainda, mas me perguntei, por quê?
Tem praticamente um ano que me voltei realmente pro meu processo interno de conhecimento, de buscar livros, vídeos, músicas e artigos que me ajudassem a me conhecer melhor e que também pudesse me auxiliar a entender um pouco mais de vários assuntos aleatórios. Já consegui chegar no ideal? NÃOO, nem de perto, mas hoje posso dizer que estou bem melhor do que ano passado. O processo vem sendo fácil? ÓBVIO QUE NÃO, mas tem valido a pena. E é esse processo de esvaziar que quero também compartilhar aqui, como incentivo/ ideia para vocês e como registro para eu lembrar desse momento (porque ontem iniciamos o ano novo astrológico, hora de recomeçar e zerar tudo, rs).
Mas… Por que comecei com tudo isso vocês devem estar se perguntando né?! Mais clichê impossível, depois do término de um namoro beem longo, precisava saber o que era eu, o que era dele ou o que criamos dentro do nosso relacionamento.
Como a maioria, saí pra aproveitar achando que ia recuperar o tempo que estava em casa. Mas aí veio o primeiro questionamento “Tá, estou saindo, mas realmente estou aproveitando? É isso que eu quero pra mim? NÃOO! Sempre fui caseira, gosto de sair de vez em quando, mas sempre estar “na balada” não é meu perfil!”
Primeira lição: “Não tenho que fazer o que todo mundo faz, tenho que fazer aquilo que tenho vontade, massss.. Para isso tenho que me conhecer!”
E lá fui eu, desacelerei em tudo, mantendo na minha rotina apenas o que não tinha como parar mesmo, trabalhando e estudando. Nos momentos livres mergulhei no assunto da espiritualidade, lei da atração, assisti centenas de vídeos sobre os assuntos pra entender o que eu queria, onde me encaixava.
E todo esse conhecimento me ajudou muito, fui descobrindo as pequenas coisas que me davam prazer, mas que eu tinha esquecido completamente: ler mais, filmes de comédias românticas (sim, sou dessas que adora essas histórias e chora toda vez como se fosse a primeira, rs!), andar de patins no parque sozinha, e uma experiência bem libertadora: não ligar a internet do celular ou sair e deixar o celular em casa. SIM AMIGAS! Radical né, mas adivinhem? Sobrevivi e aprendi a equilibrar o tempo que fico no celular, não ficando ansiosa a cada alerta do celular. Não deixo de responder as mensagens, mas aprendi a filtrar o que é urgente, o que pode esperar, e também a me concentrar naquilo que eu estou fazendo no momento.
Segunda lição: “Não se esqueça das coisas que te deixam feliz e não tem preço, esteja atenta ao momento presente, vivenciando cada uma das experiências, dando sua atenção naquele momento.”
Falando em momento presente, comecei a pesquisar sobre meditação e achei uma técnica super interessante – Mindfulness ou atenção plena – que é justamente você perceber pensamentos, sensações corporais, mas que não precisa se apegar a elas, reagir de maneira automática. Com o tempo estou aprendendo a deixar pra lá o que não é interessante, e aprendendo a fazer escolhas melhores. Aliás, aqui em Curitiba tem um grupo com prática gratuita de tempos em tempos no parque Barigui.
Sempre fui rodeada de muitas pessoas, muitas mesmo, quem eu via que ia se afastando de mim, já dava um jeito de resgatar, aproximar e ajudar. Mas nesse processo me perguntei “Gente! Quanto tempo eu me dedico a manter as pessoas próximas de mim, mas elas fazem o mesmo por mim? Triste, mas verdadeira realidade: NÃO!”. Aqui eu decidi me manter em silêncio e deixar que as pessoas também me procurassem conforme elas sentissem vontade de me ter por perto, caso não sentissem estava tudo bem, porque cada um tem sua rotina e prioridades! Com isso, tirei mais um peso e pude dar atenção a quem realmente me queria por perto, pude ter e dar qualidade de tempo. Deixei de ter carinho por essas pessoas? Claro que não! Inclusive estou disponível quando elas precisam.
Terceira lição: “Desapega! Não tem como controlar a vontade dos outros! Tem pessoas e coisas que preciso deixar ir – se voltarem, MARAVILHA!, se não voltarem, ACONTECEU o que tinha que ACONTECER! – É vida que segue, e vamos abrir espaço para o novo. ”
Falando assim parece fácil né?! Mas não é! É um processo looongo, e de aprendizado diário!
E agora a lição que descobri há bem pouco tempo e ainda estou aprendendo a lidar com ela, a maioria das pessoas hoje traz sempre aquela fala de raiva gratuita, “aaai de quem não tiver a opinião como a minha, eu vou azucrinar tanto a cabeça dessa pessoa até ela acatar o que eu penso e pensar igual”, não é assim? GENTEEEEE! Quantas brigas por causa de cada um querer impor seu jeito, sua opinião acima de tudo? Pelamor! Não existe só sim e nem só não, tem um caminho do meio, a opinião é tão única que cada um tem a sua, aprendam a respeitar quem não pensa como você, isso é convivência. Eu aprender que podia só ouvir e não emitir minha opinião, e tava tudo bem foi libertador! Afinal, é pra isso que temos dois ouvidos e uma boca né?! Quando alguém vem impor sua opinião pra mim, eu só falo “hum, interessante, se essa é sua opinião ok” e assunto encerrado. Vocês não imaginam quantas amizades não perdi por isso.
Aí vem a quarta lição: “Tá tudo certo se eu guardar minha opinião apenas pra mim em assuntos polêmicos, afinal, eu sei minha opinião e isso que importa. Opinião é tão única, que cada um tem a sua, ufa”.
Aos pouquinhos fui trocando os momentos repletos de pessoas, de atividades, de falar demais (Tá! Falar ainda tem sido um desafio, rs!) e da mente cheia de informações por aprender a fazer silêncio, e mais ainda, a aproveitar o silêncio e a minha companhia. Vocês já tiveram aquela sensação de sempre precisar estar com alguém ou com algo acontecendo?! Eu sentia, mas com o tempo comecei a escolher uma refeição ou outra para fazer sozinha e ficar em silêncio, depois fui ampliando para outras atividades, como cinema por exemplo. Na primeira vez foi super estranho, mas agora tem vezes que prefiro ir sozinha e me permito ficar confortável nesses momentos. E vocês, já experimentaram?! O que sentiram?!
Essa é a quinta lição: “Aprenda a aproveitar o silêncio e sua companhia, sem culpa”
E, a última lição desse texto, porque já está gigante né?! “Perfeição não existe!”
Por muito tempo deixei de fazer muitas coisas porque não estava perfeito, minha psicóloga trabalhou muito isso na terapia “melhor feito do que perfeito”. Quando você faz algo apenas porque teve vontade, se dá a chance de errar e aprender, agora quando não faz fica sempre se questionando e perguntando “E se… E se…” e não tem nada de concreto. O “e se..” nos ajuda a criar todo um cenário na mente e ele nunca vir a acontecer.
Esse é o grande “fazer valer”, você se doar, se entregar ao momento presente para viver o melhor daquela experiência, desde que não vá contra seus princípios e valores, desapegar para ter espaço para o novo. Aproveite, se dedique e vivencie cada um dos pequenos momentos e prazeres que podem ser encaixados na sua rotina. Tudo bem você se afastar e silenciar de vez em quando pra se reencontrar, se perca mas não da sua essência.
Me contem aqui nos comentários se gostaram desse texto, se tem alguma experiência pra compartilhar, vamos falando e nos ajudando.
O post ‘Autoconhecimento, vocês já pararam pra se ouvir?‘ apareceu primeiro em Aline Raquel Blog.